Rock

 A crise econômica é comentada diariamente e o número de desempregados é menor do que o de pessoas que não acredita mais no american dream... Lamenta-se que as megacorporações se desloquem pelo globo em busca de mão de obra barata enquanto os indivíduos sofrem inúmeras provações para circular pelo planeta  procurando trabalho. Está tudo errado!, grita o meu senso (que, como o de qualquer um, é sempre o bom senso). Afinal, não é decente a qualidade de vida a que seres humanos são expostos sob o temor de o pouco virar nada. Coisa mais do que óbvia! Por essa mesma linha de raciocínio, meu amigo americano conta o que estudou na escola sobre o Brasil, nos anos 90: país cujas riquezas naturais são estupidamente devastadas. Talvez por isso,  hoje é uma economia forte e quem faria diferente?, ele finaliza. O errado ganha sempre?, pergunta outra amiga americana cujo rímel borra seu rosto marcando o choro de uma conversa sobre seguro desemprego - a mesma pessoa que há pouco me perguntava delicadamente se podia me abraçar (traumatizada pelo boom de processos de assédio sexual desde aqueles mesmos anos 90). Sigo pra minha pesquisa na biblioteca Rockefeller, na Brown University, que recebeu o carinhoso apelido Rock. Ali, com a firmeza da rocha e a descontração do ritmo musical, tenho o que sempre me seduziu na cultura americana. Aquele cheiro de livros me inspira e eu não acredito em pesadelos, eu sou o sonho global, e sei que festa boa é a que todo mundo se diverte.

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